Certezas não tenho

Sobre o meu lema

Onde há um certo tempo venho

Recitando este poema

O presente é o futuro e o passado

Que me prende neste infortúnio

De ser sempre ignorado

Neste meu murmúrio

Sombra de um passado presente

Bem na minha memória

Na ausência da minha mente

De uma presença inglória

O rio Alva com seu suave murmurar

Vai encantando as gentes de Avô

E quem de mais lá passar

Na calmaria do casario

Nas encostas sobranceiras ao rio

Vai deleitando o visitante

Que será para sempre seu amante

Terra de grandes encantos

Onde as pontes fazem história

Saudades de mil espantos

Que eu levo na memória

Parto e fico na vontade

De um dia cá ficar

Vou sentir de ti a saudade

Tentando cá voltar

Pode escrever aqui...

Não te disse adoro-te

Apesar de ser verdade

Não te disse quero-te

Com medo de te perder

Não te disse desejo-te

Porque de ti tenho saudade

Não te disse nós

Pois ainda és só tu e só eu

Não te disse amo-te

Por sermos apenas amigos

Pode escrever aqui...

Aqui cheguei

Por cá sofri

Aqui fiquei

Por cá morri

Morri de alegrias e tristezas

Neste recanto do mundo

Vivi de agonias e incertezas

Em algum sonho imundo

Séfala do meu viver

Ninfa dos meus poemas

Rirás quando eu padecer

Com risos enfadados

Pode escrever aqui...

Apenas tu

Só tu me fazes sorrir

Apenas tu me fazes sentir

O amor que eu não tinha

Duma vida que não era minha

Em teu corpo sinto o calor

Da tua boca oiço a paixão

Quem me dera ter o teu amor

Para quebrar a minha solidão

És a flor que no meu jardim

Eu plantei com carinho

És o sonho que nasceu em mim

És a luz que me iluminou o caminho

Pode escrever aqui...

Ao entardecer

Ao entardecer te procuro

Pelo meio das ruas, impaciente

Mas somente me torturo

Nesta procura inocente

Sei que jamais te vou encontrar

Pelo sonho de um novo amor

Já não sei onde mais te procurar

Procurando acalmar meu ardor

Meu anjo que andas perdida

Por estas ruas errantes

És alma que está escondida

Pelos pensamentos distantes

Pode escrever aqui...

Alma triste

Alma triste, coitada

Vagueando de lés a lés

Passeando abandonada

Com a tristeza aos pés

Perdida na imensidão do tempo

Em noite escura e tenebrosa

Na cara um sorriso de desalento

No coração, uma alma penosa

Alma penosa vai andando

Porque seu sonho morreu

E vai sempre lembrando

O grande amor que perdeu

Pode escrever aqui...

Ai o amor

Ai o amor, o amor

É a vontade de beijar

É um grande ardor

A vontade de te amar

Minha alma triste

Que por ti todos os dias chora

Onde tua beleza persiste

E a minha solidão não vai embora

Só por ti me sinto assim

Nesta paixão inglória

Deste amor que sai de mim

Porque não fazemos a nossa história

Pode escrever aqui...

Adeus

Não digas adeus, diz-me até logo

Para de mim não te esqueceres

Não digas adeus, te rogo

Para te encontrar quando me perderes

Não finjas que me esqueceste

Negando sempre o teu perdão

Diz-me que te perdeste

Para te encontrar então

Não me digas adeus, amor

Só porque o fim chegou

Não me esqueças por favor

Só porque tudo mudou

Pode escrever aqui...

A tristeza do meu coração

A tristeza do meu coração

Não imagina ninguém

Por saber o que é a solidão

Por o não ter ninguém

A tristeza invade

O mais fundo em mim

A minha alma cobarde

Aprisionada assim

Nos sonhos que tive errei

Tudo acabou enfim

Não sei o que farei

Com o que resta de mim

Pode escrever aqui...